A Jesus da Parada LGBT


Ontem foi dia de Parada LGBT, um dia de toda essa classe que pena. Um dia pra mostrar o orgulho que temos de ser quem somos, mesmo sofrendo preconceitos. Porque, afinal, temos do que nos orgulhar. E, como sempre, muitos reacionários se manifestaram. A maior manifestação foi contra uma transgênero que protestou contra a LGBTfobia pregada numa cruz. É dela que vamos falar.

Vou misturar dois textos (Opinião vs. Preconceito e Religião) que eu estava planejando fazer, encaixando-os na notícia da transgênero vestida de Jesus. A primeira consideração que eu tenho que fazer é: se eu encontrasse essa moça na rua, a abraçaria até o fim dos tempos. Ela mostrou, de forma muito chamativa, o que ela sentia, representando as agressões que ela sofria. Como Jesus, LGBTs (principalmente travestis e transexuais) morrem por consenso da maioria. Porque, tanto lá como aqui, a maioria deliberou que era certo matar quem lutava por um ideal diferente do homogêneo, do dominante. Onde alguém foi cuspido e apedrejado em nome da moral, para combater agitadores que queriam mudanças.

Não, não se trata de preconceito religioso, pois ele se define pela aversão de uma condição (nesse caso, religião), sem nenhum argumento válido. E ela, como trangênera, tem muitos argumentos contra essa ideologia corrompida e deturpada. Penso que nem foi a intenção dela falar mal dessa ideologia: só foi uma maneira de expressar, de forma bem chamativa, a revolta pela marginalização dessa população. Sabemos que a expectativa de vida dela é de 35 anos, menos metade da população geral do Brasil. E isso só é agravado pela lógica preconceituosa, que grande parte dessa ideologia reforça, que a expulsa de espaços que lhes são de direito. 

É preconceito, por exemplo, usar argumentos unilaterais, rasos para julgar. Como julgam os LGBTs, os praticantes de religiões negras, os próprios negros, as mulheres etc. Usam argumentos, no mínimo, tendenciosos e viciados para manter uma lógica de opressão. "Argumentos" esses que caem com o passar do tempo — ou negros e índios ainda são considerados animais inferiores, sem alma, que merecem ser escravizados? Escravidão está na Bíblia como algo necessário. Assim como não raspar a barba, casar virgem e não comer carne de porco. Ser seletivo é o que há.

Pois é. Então quer dizer que passamos a vida inteira sofrendo agressões sérias, sob o crivo cristão, e quando vamos representar essas agressões na linguagem de fácil acesso, somos colocados como hereges. Até porque, como já escrevi, repressão contra maioria não existe. Pode até ter exemplos como esses que incomodam, mas quem está sendo morto na rua é a minoria.

O mais legal que o próprio ato de repudiar esse tipo de ação feita por uma travesti já é preconceituoso. Na Páscoa, esses religiosos colocam crianças para encenar esse tipo de cena, na rua, como eu já fiz parte. Mas criança tudo bem. Criança é cristã. E no meio da rua também. Rua é cristã e todo mundo que passa nela também. Travesti não! Travesti é doente e não pode pegar a representação, infelizmente deturpada, de toda a repressão que sofreu, e se manifestar. Porque ela é travesti.

Então, vamos pegar as representações que os LGBTs têm. Estereótipos de, no mínimo, uma alegria vazia até doentes e passíveis de tratamento. Estereótipos compartilhados com gosto por esse tipo de pessoa, que julga estar falando em nome de deus.

Porque viado, viado tem que morrer mesmo.
LGBTfobia mata. *Cristofobia* só chateia essa galera hipócrita.

O Boticário

Não poderia perder a oportunidade de falar sobre esse comercial d’O Boticário.
Eu tenho alguns elogios para fazer para campanha e algumas ressalvas. Primeiro, aos elogios.

É louvável por parte de uma empresa, no meio desse mar reacionário que estamos tendo nos últimos tempos e num país (laico, no papel) que tem uma Bancada Evangélica (!!!!!) moralizadora, fazer um comercial com casais homossexuais. Mostra que há naturalidade nas relações homoafetivas, estando em igual pé com as relações heteroafetivas, como até colocado no vídeo. Mostra que gays também podem ter relações sérias e que não é ~só~ putaria. Que o amor (o beijo, o sexo, a vida) gay não é uma coisa anormal, de sete cabeças. Que gays podem dar presentes assim, como um perfume, no dia dos namorados.

Também, coloca a mulher como muito mais que um objeto de prazer, mas como produtora deste. Pode parecer que não, mas muitos ainda acham que mulher que deseja sexualmente outra pessoa, é puta. Porque não é papel dela desejar, e sim ser passiva do desejo. E colocar duas mulheres num relacionamento homoafetivo (e a própria figura da lésbica como um todo, né) serve para desmentir isso.

Mostra, também, um cara mais velho num relacionamento gay, assumindo que isso não é um fenômeno atual ou só dos jovens, "só uma fase". É só estudar um pouquinho de História, né gente?

Como eu já comentei algumas vezes, esse tipo de iniciativa cria um ambiente de familiaridade para as pessoas num geral e joga na cara delas algo que fingiam não ver. E, para as que não são tão cabeça-fechada, um novo olhar sobre essas condições. É mais que óbvio o papel educativo da televisão. As pessoas aprendem por osmose as coisas que ela fala, não tem jeito. Caso contrário, por que existiriam propagandas?

Outra coisa que eu achei de bom tom foi que a empresa não deu para trás, não cagou no pau quando confrontada pelos reacionários. Não ficou cheia de meia culpa para não perder um público. Embora, obviamente, isso já tenha sido pensado.

Masssss...

Isso tudo parece ser lindo, mas esse vídeo não pode ser tomado como representativo de uma classe tão diversificada como a LGBT. Não é um material de militância e, dificilmente, algo que passe na televisão o será.

Porque as empresas, de um modo geral, querem chamar a atenção para o produto que elas estão vendendo. E, para isso, elas precisarão racistas e transfóbicas, infelizmente. Essas empresas (e a maior parte da sociedade) não veem essas classes como modelo a ser seguido. E elas precisam se basear nesse modelo para que o seu consumidor se sinta tocado e queira ser o personagem do comercial, com o produto em sua posse. Seria ótimo se esses segmentos fossem representados em tudo. Mas, como eu já disse, as pessoas que estão fazendo esse tipo de ação estão cagando sobre qualquer representatividade, ou sobre o qualquer efeito social (que não tenha a ver com o lucro que eles terão). Até porque essa propaganda nem me representa. Só representa o Ideal Inatingível e a nossa busca constante para atingi-lo.

Sem falar que é muito mais fácil ser racista e transfóbico num ambiente corporativo do que ser homofóbico com gays cis, heteronormativos e higienizados, né? E isso não é um problema pontual, mas que perpassa toda comunicação social brasileira. Só olhar como a população negra é retratada na televisão e a relação negro protagonista/negro malandro. Não preciso nem falar da representação das pessoas transexuais nesses meios. Isso valeria um texto. Essas populações precisam de representatividade sim, e não é só em um comercial.

Anyway, a propaganda, do jeito que está, atingiu seu alvo. No momento em que escrevo isso, já bateu a marca de 2 milhões de visualizações (que são 1000 vezes o número de visualizações do último vídeo postado por eles), e causou uma briga de likes e deslikes (314K contra 174K). E eles estão de parabéns. Não por se tornar um pink money, (até porque eles não fizeram isso definitivamente). Não porque despertou minha vontade de comprar o produto, embora tenha influenciado muita gente (tem até campanha de #CompreOBoticário no Facebook). Mas por terem incomodado tanto, que houve gente que veio a público reclamar. Por serem capazes de mexer nesse vespeiro. E aguentarem as ferroadas. E os possíveis boicotes, que seriam risíveis.

Mas isso é assunto para o próximo texto, onde comentarei sobre as ações reacionárias dessa campanha e sobre a tênue (nem tanto, vai...) linha entre opinião e preconceito.

ps: e o prêmio de melhor tumblr do ano vai para http://aproveitaeboicota.tumblr.com/


Privilégios

(Não sei porque raios eu me sinto mais inspirado para escrever no sábado à noite. Sério, 'to tentando escrever esse texto há uns três dias, mas não sai. Foda-se.)

Eu estava acompanhando, só lendo mesmo, uma discussão no Facebook sobre a existência do (mitológico) racismo invertido. Aí vi que um dos argumentos usados para defendê-lo foi "você sabia que os brancos também foram escravizados????? você sabia que existiu UM escravo loiro e de olhos azuis????". A partir daí, fiquei pensando no ponto em que o ser humano chega para não dar o braço a torcer e admitir (nem 'to falando em repensar) seus privilégios.

Eu, Caio, 19 anos, paulistano, universitário, branco, homem cisgênero, de classe média, com bases cristãs (embora sem ligações com a crença e com o culto), masculinizado, mas homossexual. Se não houvesse esse "mas", teria 100% dos privilégios garantidos e poderia usar camisa pólo, pedir impeachment e ser um babaca machista e preconceituoso (brincadeira, não chora). Na verdade, pela minha condição, a minha orientação sexual pouco importa porque, como já escrevi, sou lido como heterossexual. Eu percebo minha condição especial na sociedade e não concordo com ela. Não faço mais que minha obrigação, na verdade.

Eu li uma entrevista da Lia Schucman, uma psicóloga badass da USP, que ela já começa falando que quase todos os brancos são racistas. Eu estranhei num primeiro momento — fiquei "como assim! Não sou racista, tenho até amigos! —, mas lendo mais sobre o assunto percebi que isso era um exemplo claro de negação de privilégios, que eu tanto criticava. Percebi que são justamente esses privilégios que me faz um opressor em potencial. Não é que o racismo está no DNA do branco; é que, culturalmente, os brancos são ensinados paulatinamente que são superiores aos não-brancos. Não estou falando que uma mãe branca chegue para seu filho e fale "oi, querido, tudo bem? vem cá, você sabia que você é superior ao seu amiguinho negro? nãooo? pois é, tá sabendo". Não. Não necessariamente. Desde crianças, não vemos (muitos) representantes não-brancos ocupando lugares de privilégios na sociedade (ainda bem que isso tá mudando!). E como as gerações novas sempre se espelham nas mais velhas (vide Madonna e Lady Gaga), esse sistema vai ser repetido.

Eu sei que não posso falar com propriedade sobre o racismo, porque nunca o sofri. Mas esse exemplo é aplicável em todas situações em que há um aprendizado da superioridade da maioria. Todo branco é ensinado a ser racista; todo homem, machista; todo cis, transfóbico. Isso suscita outro conceito explicado pela Lia que é o "medo da minoria", tão presente nos discursos atuais. Quando uma minoria passa a galgar patamares e espaços somente ocupados por maiorias, com ou sem uma intervenção estatal ou de outra instituição social, levanta-se o burburinho de "mas isso é um privilégio! somos todos iguais!!!!". Não somos todos iguais. Esse o discurso meritocrata e universalista de igualdade é balela. É óbvio que existem privilégios sociais construídos há muito tempo e que dão a falsa ilusão de mérito. Afinal, foi sempre assim, né? Por que tem que mudar? É fácil alguém com os privilégios garantidos apontar o dedo e ser contra, por exemplo, ao casamento gay ou às cotas, porque o dele já está salvaguardado (segunda vez que uso essa palavra).

Saber que você tem alguns privilégios já é o caminho para ser alguém menos preconceituoso. Só pensa sobre isso. Esse assunto tem muito pano pra manga.

Teoria da organização política – vol. I (projeto)

Esse é um post que dá início a um projeto de estudos que tenho em mente. Como tudo nesse lugar, ele é mais uma coisa pessoal do que social. Mas, compartilhar isso me dará animo. Vamos a ele.

Na última sexta-feira, comprei um livro [infos abaixo] sobre Política, um assunto que eu gosto muito e entendo pouco. Quero ler um ou dois artigos a cada semana e colocar minhas opiniões aqui. “Resenhar” (com o máximo de aspas possível) é um bom jeito de aprender e ensinar.


Vamos ver o quê sai.


imagem da internet
Teoria da organização política – vol. I [de IV]


Autor: Ademar Bogo (org.); Engels, Marx, Lenin, Rosa e Mao

Número de páginas: 384

ISBN: 978-85-8739-470-3

Editora: Expressão Popular

Papeis

Ás vezes, eu fico pensando o quão inato é o nosso comportamento e o tanto que a nossa família, uma das instituições sociais basais, contribuem para ele. Seja como for, eu sou uma cópia do meu pai. A maior parte dos traços e gestos que eu tenha, por mais difícil que fora/seja admitir isso, são imitações inconscientes do que ele fora/é. Embora nossa sexualidade seja diferente e, portanto, é esperado que eu tenha traços mais característicos, é inegável que nós não sejamos parecidos. Mas isso ainda é conflituoso para mim.

Até que ponto o meu comportamento demonstra realmente o que eu sou e até que ponto ele esconde? E até que ponto isso é consciente?


Quando eu falo que sou gay, as pessoas ficam meio *é sério? nossa, você nem parece*. E isso é muito engraçado. Seria intrínseco a um homem homossexual ter voz fina, gostar de Britney e bater cabelo na boate? [não que isso seja errado, pelo contrário]. O que eu sei é que geralmente elas têm um choque ao perceber que minha voz é grossa, pago de indie gótica por gostar de artistas como a Lana Del Rey e prefiro ficar em casa, num sábado, assistindo Netflix [ou escrevendo num blog].

Eu tenho pensado nisso desde que tenho pesquisado mais sobre esterótipo para um trabalho. Se você levanta uma bandeira, passa a ter um papel social e ações que comporiam, teoricamente, seu jeito natural de ser. Meu trabalho era sobre o(s) estereótipo(s) dos/as transexuais nos meios de comunicação. Não era seu foco discutir as "máscaras sociais", mas como esses estereótipos estavam fixados no subconsciente da população geral. Mas, passei a me perguntar até que ponto eu não estava tentando fugir do estereótipo do gay-britney-spears alegando "ser do jeito que sou" e o papel que cada um de nós temos no movimento LGBTQ. Até que ponto eu usei uma máscara de algo que nunca quis ser, mas me acostumei a ser. Até que ponto eu internalizei o preconceito e isso me fez tornar o que sou hoje. Até que ponto eu salvaguardo meus privilégios por meio do meu comportamento.


A questão é que sou tão viado quanto quem é mais feminino e não há por que ter problemas com isso. Gosto que as pessoas me leiam como homossexual. Sempre rio quando um amigo me chama de viado. Traz, para minha vivência, alguma cor, alguma coisa que eu penso “eu represento isso, posso mudar a cabeça das pessoas”, embora isso fosse inimaginável pra mim há algum tempo. Passei a ter, de um tempo para cá, uma pulga atrás da orelha que não me para de me encher e falar “quem é você? que papel você escolheu ter no mundo, cara?”. E, a partir daí, me sinto insatisfeito com meu comportamento muitas vezes impassível e apático. Ficar na zona de conforto nunca foi uma coisa que admirei.

Eu concordo muito com os LGBTQs que falam que gay masculinizado não muda a realidade do movimento. Não movimenta nada. Quem muda mesmo é o gay babadeiro, que usa salto nas ruas de paralelepípedo do interior. Mas, seria certo mudar o meu jeito natural (ou costumeiro) de ser para fazer mais diferença para esse movimento que eu tanto gosto?

Tenho conversado com um amigo (babadeiro do interior) sobre isso e ele me trouxe um(a tentativa de) consolo. A verdade é que todo mundo tem um papel a exercer no movimento e tem espaço para todo mundo. Ele me alertou que sou o chato-do-facebook-que-não-para-de-falar-de-lgbtismos. Que um papel mais político é tão importante quanto o papel de dar a cara pra bater.

Ainda não me satisfaço totalmente com esse papel de político e debatedor de facebook. Quem dá a cara pra bater off-line [e que, muitas vezes, apanha mesmo] pode até não perceber, mas é muito mais político que alguém que só digita.


Não sei como mudar.
Sem falar que o armário do militante de facebook é tão confortável...

Balanço

Retomando atividades nesse blog. Eu realmente espero não desistir, como eu já fiz com muitas coisas. Inclusive, com esse mesmo blog.


Olhando para dois anos atrás, quando fiz a ‘primeira versão’ disso aqui, vejo o quanto eu mudei. Primeiro, que merda de nome era aquele que eu dei? Depois, de modo mais geral, eu era um garoto inseguro, que tinha acabado de desistir de uma graduação e estava procurando algo que o motivasse. Estava confuso quanto o meu futuro, agarrando qualquer chance para ser tudo, menos eu. Queria mostrar algo que eu não era e nunca fui, que eu até poderia sonhar em ser, mas não era. Eram alter egos criados numa mente confusa, que se adaptavam aos mais diferentes contextos.

Isso é incrível, né? Eu estou fazendo um trabalho sobre máscaras e pude perceber que não são somente a sociedade de hoje que tenta fugir do que é. Desde sempre, os humanos se portam como se fossem outro para (1) se adaptarem às mais diversas situações, (2) agradarem as pessoas e seus padrões de normalidade/sanidade e (3) serem pessoas, supostamente, felizes e encaixadas. Mas é besteira.

Dois anos depois, sou mais maduro. Ainda inseguro [nem sei se vou mostrar isso pra alguém]. Mas sem máscaras, mais decidido e mais feliz. Mais atarefado porque de fácil estudar Lazer e Turismo não tem n-a-d-a. Sem desistir por mais que seja foda pra caralho. Sem medo de mostrar o que eu sou ou minhas opiniões. Sou o que sou; penso o que eu penso.

[adendos: aquela certeza de que esse texto ficou muito 'sou uma blogueira gótica da capricho'; se você entendeu alguma coisa desse texto, meus parabéns. é pessoalmente confuso]

Sobre Boston

[esse é o único texto do antigo formato do blog porque 1. recordação, sabe como é, né? e 2. tem a ver com o que eu quero escrever daqui pra frente]


Estou fazendo um intercâmbio de férias aqui em Boston e gostaria de partilhar como é viver nessa magnífica cidade no norte americano. Serão três textos que mostraram um pouco da minha experiência aqui! ;)
[atualização: só foi esse mesmo]

Boston é a capital do estado de Massachusetts e tem cerca de 5,8 milhões de habitantes. É uma cidade cosmopolita, abrigando uma grande colônia de brasileiros (\o/), orientais e - principalmente - irlandeses. A cidade, uma das mais importantes na Independência Americana, é uma mistura arquitetônica da Europa, com construções muito bonitinhas, daquelas que a gente vê em filmes que se passam no interior europeu, e também de grandes prédios. É isso que mais me encanta nessa cidade, o antigo - e não menos bonito - e o moderno e sofisticado se completam de uma forma única. Eu vi isso só uma vez no Brasil, para falar a verdade, que foi na cidade de Campinas, onde morei.


Eu moro na região metropolitana de Boston, em uma cidadezinha chamada Cambridge, muito hospitaleira também. A região metropolitana daqui funciona tanto que não dá para saber onde começa e onde termina cada cidade ao redor de Boston. E também é uma região boa para quem está pensando em vir para Boston e não gastar muito em hotel.

Coisas para se ver aqui: os campi da Harvard e da MIT, óbvio são os primeiros. As melhores universidades do país são de Boston e os campi dessas universidades são simplesmente inacreditáveis! Em especial, gostaria de indicar o campus de Business da Harvard, que foi o mais lindo que fui até agora. Ele fica de frente para o Rio Charlie e têm os prédios mais incríveis e invejados do mundo, sério. Além disso, se você vir para Boston e não for num jogo de futebol americano, você não veio para Boston. É realmente bem divertido.

Para quem gosta de uma coisa mais cult, visitar as 16 paradas da Freedom Trail é essencial! Eu fui, embora não seja tão cult, e a Freedom Trail tem paradas bem interessantes. Só que, dica, vá com dinheiro e tempo. Se não quiser andar muito, pode conhecer os importantes museus da cidade, como o Belas Artes, o Afro-americano e o John Kennedy.

Além disso, vocês tem que conhecer o conhecer o Boston Public Garden. Primeiro, pelo visual que já vale o passeio. Segundo, pelos esquilos que correm soltos pelo parque (annnnnnw!). Terceiro, porque lá tem uma pista de patinação muito foda e, no inverno, o lago que tem lá, fica congelado e dá para você andar sobre as águas ~ui! Jesus~ [????]


Para compras, em primeiro tenho que indicar a rua em que estudo, é claro. A Harvard Square tem uma das A livraria mais incrível que eu já vi. A The Coop, que fica nessa rua, é o melhor lugar para comprar livros e coisas das universidades daqui... Fico parecendo um retardado toda vez que entro na Coop. São 2 prédios, com muitos andares, cheio de coisas da Harvard/MIT, livros e cheiro de café. Ou seja, o paraíso. Outra loja eu indico é a The Outfitters, que por um acaso fica embaixo da minha escola, que é o céu dos hipters! Tem as roupas e os objetos mais legais que já vi na vida, por um preço justo. Mas o mais incrível da loja, é a máquina de tirar foto daqueles filmes americanos, sabe? Sur-tei quando vi! Tem uma galeria na frente da The Outfitters da mesma rua, que tem tudo que você possa imaginar, recomendo muito!


Para se locomover, é preciso que você tenha o Charlie Card que pode encontrar em qualquer estação de ônibus/trem. A Boston pertence o mais antigo sistema de trem do mundo. É bem velhinho, mas anda rápido e são muito pontuais. Os ônibus também são bem pontuais, rápidos e confortáveis. Além disso, pode verificar onde seu ônibus/trem está + comprar tickets + verificar o mapa da linha do trem por aplicativos de celular!


Quem vai viajar sozinho, assim como eu, tem espírito jovem, adora comprar livros e não se importa em ser tachado como hipster, Boston é um lugar perfeito! Simplesmente, estou amando a viagem!